História e Origem do empreendedorismo social.
Atualizado: 16 de dez. de 2020
Por aqui fazemos da Ação Empreendedora uma ferramenta que transforma vidas. E não é de hoje que existe esse "tal" empreendedorismo social, se você tem curiosidade sobre essas raízes clica aqui pra conhecer um pouquinho mais dessa trajetória.

Empreender nem sempre significa criar um negócio, que mais tarde vá gerar lucros e dar retorno financeiro a seus idealizadores. Antes de tudo, o conceito significa promover ações capazes de mudar uma realidade.
E levando essa definição ao pé da letra surge o empreendedorismo social.
A palavra empreendedorismo tem origem francesa "entrepeneur", que significa fazer algo novo. Empreendedorismo é o processo de iniciativa de implementar negócios ou mudanças em empresas já existentes e está muito relacionado à questão de inovação, onde tem determinado objetivo de criar algo novo. Empreender significa transformar uma realidade em que se está inserido.
Levando essa definição ao pé da letra, nos anos 1980, o norte-americano Bill Drayton deu o pontapé inicial do que dali por diante passou a ser chamado de empreendedorismo social. Na Índia, os primeiros empreendedores sociais começaram a receber apoio da Ashoka, organização fundada por Drayton.
O termo “empreendedor social”, no entanto, já havia sido utilizado antes, mostrando que define uma prática mais antiga. Nos séculos XIX e XX, já havia iniciativas privadas promovendo avanços sociais. Porém, foi por meio da Ashoka que o empreendedorismo social se fortaleceu como um movimento transformador massivo.
Vamos conhecer um pouco mais sobre Yunus?
Para falar sobre empreendedorismo social é preciso falar sobre a importancia de Yunus.
“É impossível ter paz com pobreza.”
Essa é uma das frases mais marcantes de Yunus, Muhammad Yunus foi ganhador do nobel da Paz em 2006. Yunus foi um dos precursores do empreendedorismo social e responsável por alguns dos livros mais importantes para o segmento. Vivendo na pele a vulnerabilidade social, tendo nascido em Bangladesh numa família de baixa renda. Perdeu cinco dos 14 irmãos logo na infância.
Em 1976, fundou o Grameen Bank, uma das primeiras iniciativas de empreendedorismo social conhecidas. Bangladesh recém se separara do Paquistão. O Grameen Bank é o primeiro banco do mundo especializado em microcrédito . Opera como uma empresa privada auto-sustentável e gerou lucros em quase todas os anos de sua operação, exceto no ano de sua fundação e em 1991 e 1992. Adquiriu formalmente o status de banco em 1983, através de uma lei especial promulgada para sua criação. O Grameen Bank tem como seus objetivos principais:
Prover serviços bancários aos pobres, homens e mulheres;
Eliminar a exploração dos pobres, tradicionalmente feita pelos agiotas;
Criar novas oportunidades de auto-emprego para a vasta população desempregada na Bangladesh rural;
Trazer a população carente, especialmente as mulheres mais pobres, para o seio de um sistema orgânico que elas possam compreender e administrar sozinhas;
Reverter o antigo círculo vicioso de "baixa renda, baixa poupança e baixo investimento", injetando crédito para torná-lo um círculo virtuoso de "investimento, maior renda, maior poupança".
As pessoas pobres, maioria no país, não tinham renda para trabalhar e sequer poderiam pegar um empréstimo, já que não podiam dar nada como garantia aos bancos. Por isso, o Grameen Bank se especializou em pequenos empréstimos. O microcrédito era oferecido à população pobre sem pedir garantia de retorno. Isso tornou possível que mais de seis milhões de beneficiários adquirissem os meios necessários para sair da pobreza.
O exemplo e os ensinamentos de Yunus pavimentaram a estrada para que milhares de pessoas com propósitos semelhantes ao dele fizessem a diferença no mundo.
E no Brasil?
O cenário do empreendedorismo social no âmbito brasileiro são destacadas perspectivas em duas direções: desafios e possibilidades.
Dentre os desafios são considerados dois dos mesmos, o primeiro preocupa-se em criar o capital social, responsável pelo sucesso e elaboração das ações do empreendedor social. Levando em consideração a história e a cultura individualista e egoísta brasileira, ou até mesmo a vaidade dos gestores das organizações públicas, privadas e do terceiro setor, onde prevalece a cultura da superioridade vê-se extrema dificuldade em gerar capital social para os empreendimentos sociais.
Outro desafio encontrado pelo empreendedorismo social no Brasil se dá em relação ao empoderamento das pessoas no processo, é preciso quebrar a cultura de vitimismo entre os marginalizados excluídos e começar uma cultura de fortalecimento entre os empreendimentos e as pessoas que se beneficiarão dele e fazer com que ambos trabalhem em conjunto para o atingimento de um objetivo em comum. No Brasil, existem empreendimentos conhecidos e de sucesso, como por exemplo:
Projeto Tamar, que tem como objetivo a preservar as espécies de tartarugas marinhas;
Asid surgiu em 2010 com o objetivo de auxiliar na gestão de escolas e instituições que trabalham com pessoas especiais;
Instituto Chapada é outro exemplo, cujo empreendimento tem como objetivo ajudar a formação de professores e coordenadores pedagógicos;
Enactus, que está presente em 36 países e tem como objetivo inspirar alunos universitários a melhorar o mundo através da ação empreendedora;
Parque Ibirapuera Conservação que empodera comunidades a cuidar de espaços urbanos verdes, públicos e abertos.
Ashoka, que está presente no mundo todo e tem como objetivo apoiar empreendedores sociais;
Grupo de Apoio ao Adolescente e Criança com Câncer, a GRAACC tem como meta oferecer a crianças e adolescente com câncer um atendimento de alto padrão e qualidade.
Artemisia, que tem seis diferentes vertentes para ajudar na gestão de empreendimentos sociais: inspiração, educação, busca e seleção de negócios, aceleração de empreendimentos, projetos institucionais e conhecimento....
5 livros sobre empreendedorismo social
Criando um negócio social – de Muhammad Yunus – Na obra o autor oferece conselhos práticos para aqueles que querem criar seus próprios negócios sociais.
Mude, você, o mundo: manual do empreendedorismo social – de Gabriel Cardoso – O livro é ágil e prático, oferece a a possibilidade de iniciar, ainda durante a leitura, a ideia do próprio negócio social.
De Dentro Para Fora: Como uma geração de ativistas está injetando propósito nos negócios e reinventando o capitalismo – de Alexandre Teixeira – O autor defende o movimento de transformação do empreendedorismo. Não se trata mais do lucro pelo lucro, mas de organizações que dão peso para outros aspectos do dia a dia capitalista.
Um Mundo sem Pobreza – Muhammad Yunus – Neste livro, Yunus descreve o lançamento das primeiras empresas sociais, ele aborda a parceria com a Danone para a venda de iogurtes nutritivos por preço acessível a crianças subnutridas em Bangladesh.
Comece algo que faça a diferença – Blake Mycoskie – Mycoskie conta a história da TOMS, uma das empresas de calçados que mais cresce no mundo, além de partilhar ensinamentos que aprendeu com outras empresas inovadoras.